Água da Terra, negócio da China

nó / JR 2016

Faz tempos, em plena fase participativa da jovem Democracia Portuguesa, quando, no término de uma concessão comercial inicial de 99 anos sobre uma fonte de água mineral, certa autarquia tentou, em vão, reaver as águas dessa fonte, eu, então jornalista, titulei a notícia com uma ironia banal - A água é da terra, o negócio é da China. Agora, talvez tivesse de abrir a boca de espanto ao confirmar a titularidade do negócio e tivesse de engolir essa água - que entretanto deixou de ser transparente, incolor, inodora e insípida - com a cor, o cheiro e o sabor das mais recentes variantes. Da água e do jornalismo.