Uma âncora para a nossa pouca sorte

Tocha 1994 / Foto JR

Os nossos barcos já só servem, e pouco, para uma pesca de sobrevivência crescentemente reprimida. Já não há comboios especiais de emigrantes provenientes de Paris, nem no Natal. Tampouco acreditamos na bondade de fazer vingar a "revolução moral" a que aludiu Barack Obama quando, em visita a Hiroshima como Presidente dos Estados Unidos, homenageou as vítimas da guerra. Não será inédito vermos falhar  a construção de um "homem novo". Temos de viajar para além de nós, como cantou Luís Veiga Leitão ao fugir da cela a pedalar na bicicleta que outro preso desenhara na parede.  Além de escassearem, no jornalismo, âncoras a que nos possamos agarrar, como às vezes ainda fazemos, pelo menos às sextas-feiras, pelas nove da noite.