Countdown para regressar ao Sal

Big Ben

Há 23 anos, em 1990, Francesca Perucci, actualmente a chefiar um departamento de estatísticas das Nações Unidas, desesperava, em Cabo Verde pela falta de rigor e fiabilidade dos números que procurava para traduzir estatisticamente a realidade deste jovem país. Cruzei-me fugaz e ocasionalmente com ela, presumo que na capital, a cidade da Praia, na Ilha de Santiago, num encontro que refiro, de passagem, numa das crónicas da reportagem que, nesse ano, publiquei sobre o arquipélago. Francesca recolhia dados para fazer o levantamento da situação das mulheres cabo-verdianas, cuja luta pela emancipação, à data e segundo posição pública então assumida na Assembleia Nacional Popular pela deputada Joana Cabral, estava muito longe do desejável. A Economia do país, por exemplo, dependia, em grande parte, da emigração masculina, o que fazia com que recaísse sobre as mulheres o exclusivo da responsabilidade dos filhos nascidos de uma ou de mais ligações maritais. Hoje, a poucos dias de uma nova visita ao arquipélogo, que diferenças irei descobrir?