arquivo > novembro de 2015
Andar para trás é muito perigoso
25.nov.2015, luz verde para o Governo de António Costa
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Ainda sem dominar a máquina do tempo que tenho utilizado, fui parar aos Açores de 1999 e não a Paris de 1988 como ontem pretendia. Recuei menos onze anos - andar para trás é sempre muito perigoso. Por sorte, aterrei numa visita do Presidente Jorge Sampaio aos Açores que muito gostei de reportar como jornalista. Ainda guardo algumas fotos (analógicas) inéditas e alguns apontamentos de viagem recolhidos a pensar noutras prosas, menos jornalísticas, que têm sido sistematicamente adiadas. Talvez o professor António Nóvoa venha a agendar uma visita oficial aos Açores, já no primeiro mandato (a minha confiança na eleição dele para Presidente é inabalável), e eu encontre, nessa digressão, mesmo seguindo-a à distância, um pretexto para ressuscitar aquele projecto antigo.
Viajar no tempo e talvez voltar a 1988
24.nov.2015, véspera de um qualquer 25 de Novembro
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Num dia de Setembro de 1988, em Paris, num restaurante da zona da Ópera onde fui almoçar, o meu suposto mau aspecto, de barba por fazer por não ter obrigações que exigissem andar escanhoado, transformou-me num suspeito, tipo suspeito habitual, aos olhos dos clientes que já se encontravam no local e que interromperam as respectivas conversas quando me viram entrar. Na véspera terá deflagrado na sede da polícia parisiense um engenho explosivo artesanal e o medo instalara-se. Valeu-me o expediente de colocar sobre a mesa, de forma bem visível, a minha identificação como jornalista - a menina que me atendia sorriu e suspirou de alívio, aliviando o resto da sala.
Queremos, de novo, notícias da guerra
23.nov.2015, mais um dia de a Oeste nada de novo
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Queremos de novo // que os nossos jornais nos tragam // notícias da guerra. // //
Queremos saber, // de fonte certa e segura, // se estamos na frente. //
Hoje, foram precisos dois haicais para traduzir as angústias deste tempo neste lugar. JR
Copacabana de Barnaby Hall
21.nov.2015, dia de vernissages na Fundação Escultor José Rodrigues
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Um conjunto de quinze fotografias que Barnaby Hall captou numa janela com vistas para a Praia de Copacabana é um dos trabalhos que justificam a visita à exposição colectiva "Estímulos Contemporâneos - Poesia Visual" patente no Porto, na Fundação Escultor José Rodrigues, até 27 de Fevereiro de 2016. Na Fundação e no mesmo período estão ainda patentes as exposições "Retrato de uma Amizade" (de Eugénio de Andrade e José Rodrigues) e "Artistas e Poetas à procura de uma casa para o menino Jesus". A abertura destas três exposições ficou positivamente marcada pela inesperada mas natural presença do professor Sampaio da Nóvoa. Como escrevi noutro espaço, um bom Presidente, como espero que ele venha a ser, deve, naturalmente e sem projecções artificiais, incluir as artes e a cultura no nível dado às principais necessidades de um povo e de uma nação.
Esta vontade de ser manda chuva
13.nov.2015, Treze sexta-feira em Beverly Hills
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Numa instalação, já vista em Londres, New York e Shanghai, desenvolvida por artistas e técnicos aos serviço da Hyundai, recriou-se, numa área susceptível de ser apresentada em museus, uma espécie de tunel onde chove permanentemente mas onde a passagem de um ser vivo faz abrir clareiras. Mesmo considerando os salpicos que esta chuva poderá deixar cair sobre quem ali passe, julgo impossível de superar a sensação de ficar todo molhado e de chapinhar na água, sob uma chuva tropical. Menos tecnologicamente sofisticado é o desafio, para salas de espectáculos preferencialmente pequenas, que os músicos Naná de Vasconcelos e Lui Coimbra fazem, com grande efeito, quando projectam imagens do Rio Amazonas e convidam os espectadores a bater palmas a um ritmo previamente ensaiado - parece mesmo que estamos a navegar no Amazonas à chuva. É bem verdade que nascemos da água.
"Diamonds are a girl's best friend"
13.nov.2015, Primeiro dia da revista trimestral Jornal de Notícias História
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O milagre da transformação rápida e já competitiva do carvão em diamantes de elevado quilate está hoje na primeira página da edição europeia do International New York Times e resultará da implantação de átomos de carvão num cenário de plasma super energético. Nanotecnologia, parece, a alimentar esperanças sem limites.