Cabo Seco, nominho Verde

Cais das Colunas / Lisboa

Em vésperas de voltar a Cabo Verde, estou a reler o que, há 23 anos, escrevi como reportagem de uma visita ao arquipélago. O trabalho materializou-se numa entrevista ao então presidente da República Aristídes Pereira e numa série de crónicas publicadas, em 1990, no Jornal de Notícias sob o título genérico de "Cabo Verde, nominho Seco". Tirando um erro ortográfico imperdoável, que vou classificar de gralha esperançado que possa ter sido da responsabilidades do revisor, o que é improvável, tirando essa gralha digo, modéstia à parte, que continuo a ter orgulho nesses meus retratos de Cabo Verde hoje desactualizados - espero - mas fieis ao tempo que testemunham, marcado politicamente pela passagem de um regime de partido único para um regime multipartidário. Nesta minha segunda visita só deverei deslocar-me à ilha do Sal. Há 23 anos estive no Sal mas também em São Vicente, em Santiago e no Maio. Na cidade da Praia (Ilha de Santiago) passei quase ao largo da Cidade Velha, o que considero imperdoável. Apesar de continuar a gostar do trabalho jornalístico dessa reportagem em Cabo Verde  tenho de reconhecer que ainda não estava bem preparado para o desenvolver - faltava-me a visão global que podia ter feito a diferença e que entretanto julgo ter adquirido. Mas agora é tarde, não regresso a Cabo Verde como jornalista, embora a profissão não contemple a condição de ex.