Espécies de "fake news" dos bons velhos tempos

cores falsas / foto JR 2010, manipulada em 2017

Quantos vezes e em quantos jornais foi possível ler, com honras de manchete, em dias 25 de Dezembro, a novidade, de todos conhecida, a assegurar que o dia 25 de Dezembro é o Dia de Natal. Este fenómeno noticioso acontecia também no Carnaval, em certas peregrinações muito concorridas e noutras efemérides menos celebradas. Mas também havia notícias fabricadas ("fake news") e até quem se gabava  de ter sido, em tempos que esse gabarola considerava velhos e bons,  enviado a Fátima para cobrir uma das peregrinações mais concorridas, tendo assinado uma reportagem, "de fazer chorar as pedrinhas da calçada", sem sair da margem esquerda do Douro, escondido em casa de amigos, a jogar à sueca e a ouvir as cerimónias pela fidelíssima Rádio Renascença, incapaz de um pecado desta Natureza, quase mortal. Claro que aquele puro exemplar da chamada velha guarda não prescindiu das chamadas ajudas de custo, inerentes à deslocação, como também gostava de gabar-se. Também o terrível naufrágio das traineiras, na madrugada de 2 de Dezembro de 1947, com 152 pescadores mortos no afundamento de quatro traineiras, entre a Aguda e o Senhor da Pedra, mereceu, na Imprensa escrita da época, relatos com transcrições em discurso directo dos últimos momentos vividos em traineiras que se afundaram sem sobreviventes.