Uma Praça da República em terra batida

Pássaro na e da Fábrica Social

Um velho amigo meu, jornalista português que sempre acalentou o sonho de escrever uma narrativa cuja acção se desenrolasse em Moscovo, partiu sem publicar essa ficção, seguramente literária, a que já tinha dado o nome de "Praça Vermelha, meu amor". Inspirei-me muitas vezes nesse título que ficou por publicar, lembrando-me, por exemplo, de uma crónica que enviei para o JN, no âmbito da cobertura jornalística de uma das Presidências Abertas de Mário Soares, crónica que apresentei com o pouco original título "Alentejo, meu amor". O segredo está nesse vocativo que abre corredores de promessas mesmo quando as praças são em terra batida, como era a da República, em Coimbra, quando cheguei à Universidade e à cidade. Praça da República, meu amor: Largo do Toural, meu amor; Praça do Comércio, meu amor; Praça da Liberdade, meu amor; Largo do Infante, meu amor; Praça de San Marcos, praceta, pracinha. Praças à parte, já escolhi o título da minha primeira ficção narrativa, obra com enormes possibilidades de nunca vir a ser publicada.