Bom dia Amazonas, eu sou Luuanda

Aguarela de Júlio Roldão, Luanda 2010

Há dias, mais precisamente no passado dia 3 de Outubro, na Sala 2 da Casa da Música, no Porto, fui levado para o Amazonas pelo percussionista Naná de Vasconcelos. Nem Lui Coimbra, que também participou no espectáculo, enfrentou uma chuva assim, a cair no rio. Quente como todas as chuvas tropicais e tudo isto só com vozes e a bater palmas.

A noite abriu com um berimbau inesquecível que, só por si, valeu o dia inteiro e valeu a própria noite. Um berimbau como aquele que acompanha Vinicius. "Quem de dentro de si não sai // Vai morrer sem amar ninguém". Há momentos, tão bons, que deviam prolongar-se para sempre e pessoas, tão boas, que deviam ser eternas. (...)