Um homem quando vai para velho

Reflexo de um canavial antigo

Neste dia inspirado num dos momentos da mais "decantada" exposição de Alberto Carneiro, a marcar a Primavera de 2013 no Museu de Serralves, desenhei mentalmente as linhas dos cursos dos rios dos mapas das minhas geografias. Caí na armadilha do artista que conheci em Coimbra, há 40 anos, quando ele instalou no Círculo de Artes Plásticas um "Canavial" como uma das etapas iniciais de um percurso que hoje reconheço ser, ao contrário do que a minha ignorãncia atrevida de então me indicava, o de um dos grandes artistas a consagrar-se no último quartel do século XX. Um homem quando vai para velho habitua-se a tudo. Até a sangrar, quanto mais a rever o seu próprio passado.