A diversidade das fontes de informação

Castro Laboreiro 2013

Sem a responsabilidade cientifica de Francesca Perucci, que há 23 anos estava no inicio de uma carreira num departamento de estatística da ONU, os meus retratos de Cabo Verde beberam, em 1990,  em fontes muito informais. Na Ilha do Maio, onde passei um fim-de-semana inesquecível que incluiu um Domingo na Praia do Pau Seco, com um concurso de dança em pleno areal, foi o padre católico António Botelho, português que viveu muitos anos no Maio, quem me disse que nos primeiros cinco meses desse ano tinham nascido na ilha 19 crianças e morrido cinco pessoas todas elas de idade superior a 72 anos. Gente rija, essa gente do Maio, a justificar que a ilha, de 4000 habitantes, tivesse apenas um médico residente e não os 25 que estatisticamente deveriam residir em função da população existente. Estou certo que hoje, até Francesca Perucci com as responsabilidades que entretanto assumiu na ONU, aceitará como boas estas fontes informais, nomeadamente as que podem dar outro colorido aos números frios e, às vezes, pouco fiáveis, das estatísticas oficiais. E hoje, 23 anos depois, em que fontes poderei confiar?