Um novo "monólogo do candidato"

Monte do Jerumelo, Penela / Foto JR 2013

Sempre que começa a azáfama dos preparativos para eleições autárquicas lembro-me do meu “Monólogo do Candidato”, uma ficcionada reflexão de um candidato em campanha quando, ao fim de um dia cheio de iniciativas eleitorais e eleitoralistas, faz um balanço da jornada antes de adormecer num quarto de hotel igual ao da véspera. Escrevi-o quando fui candidato à Assembleia de Freguesia de Rio Tinto, na esperança de o representar, durante pelo menos uma semana de campanha e como ação de campanha, no Teatro de Bolso do Dramático de Rio Tinto. Pensava, com esta iniciativa, conquistar algum espaço mediático, pelo relativo destaque assim obtido num universo de mais de doze mil candidaturas. Poucos candidatos se assumiriam como autores actores e utilizariam uma representação teatral como centro da própria campanha. A ideia teve receptividade na equipa e na coligação, mas à última hora tornou-se impossível de concretizar alegamente por impossibilidade de usar as instalações do Dramático, atempadamente apalavradas para o efeito. Um desacontecimento que deveria ter previsto e que foi, tenho a certeza, muito mais do que a alegada recusa do Dramático, recusa que nunca quis confirmar para que a lasssidão política que se seguiu pudesse acontecer.