A fábula da formiga e da cigarra

Sementeira de filtros

Esta nota foi escrita de véspera e tem embargo até ser lida. Quem, como eu, trabalhou tantos anos num jornal diário sabe que hoje é ontem e que o amanhã é que é o hoje. Temos sempre 24 horas de avanço. Parece muito mas é pouco, muito pouco, por exemplo para evitar um esbulho, obtido à falsa fé, sobre uma conta entesourada num banco cipriota. A margem de segurança de quem manda na banca é sempre muito maior e, se for mesmo preciso, encerra-se os bancos durante uma semana, um mês, durante o tempo que for necessário. Razão tinham as cigarras que passavam a vida a cantar e, por inerência, a gastar à grande e à patriota ao contrário das formiguinhas que labutavam desde crianças para um dia entregarem de mão beijada essas poupanças. Moral da história - temos de mudar, com urgência, a fábula da formiga e da cigarra.