Um banjo na parede de pedra

na caixa que foi e continua a ser a sua morada

Há dias, como escrevi num postal que enviei ao comandante Adrián de Palme, começou a tocar na minha cabeça uma moda que eu ouvia quando era criança e que o meu pai tocava no seu velho banjo, um instrumento de cordas que herdei e que coloquei numa das paredes da minha casa da Rua do Bonjardim para sentir a presença dele. A cantiga tinha versos quase surreealistas como o que abria a história a referir uma malinha de mão, que não seria nem de quem cantava nem de quem ouvia cantar mas de um tal nosso hidro'vião, feito de madeira fina, que amarou na Nazaré por falta de gasolina. Lembro-me que voava nesse autêntico Clipper dos mares como se estivesse a surfar numa onda gigante da Nazaré, um feito que, à época (nos idos dos anos 60 do século passado), nem sabia que era possível realizar.