Entrevistas forjadas e outras promoções rápidas

Doze pontos de partida e de interrogação (pormenor mostrando apenas cinco) JR / 2017

A tentação da auto-entrevista é mais vulgar do que, numa primeira abordagem, pensamos. Sem revelar nomes, para que ninguém perca a face, lembro-me de ter recebido, enquanto jornalista,  um rascunho, muito completo, de entrevista, ou seja, um rascunho com as perguntas e com as respectivas respostas, elaborado e oferecido por alguém que estava interessado em ser entrevistado e convencido de que eu ficaria muito honrado por poder entrevistá-lo. A pessoa em causa estaria convencida de que iria ser nomeada para um cargo relativamente importante, então de nomeação ministerial, e antecipava tal entrevista garantindo não estar a tentar pressionar quem detinha o poder desta escolha. Não foi fácil fingir que este comportamente seria normal mas, felizmente, o lugar em disputa foi rapidamente provido e não por quem oferecia a entrevista forjada.