Uma pergunta à queima-roupa
21.mai.2017, O último domingo de futebol do primeiro escalão português época 2016/17
Numa daquelas sessões de glorificação do jornalismo como profissão sedutora, um adolescente recém-saído da infância, depois de saber que eu tinha sido jornalista durante mais de 30 anos, perguntou-me, à queima-roupa, qual tinha sido a entrevista ou a reportagem que eu mais tinha gostado de assinar ao longo de todo o meu tempo profissional. Julgo ter respondido que foi uma reportagem em Cabo Verde realizada por altura da transição do regime de partido único para um regime multipartidário, pois este trabalho foi um dos que mais gostei de ter desenvolvido. Pudesse a resposta ter sido dada com mais tempo e teria escolhido uma reportagem sobre o Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI), no ano de 1985, um trabalho, realizado com a pressão de ter de publicar um texto por dia, materializado na publicação de postais endereçados a gente ligada ao Teatro, com reparos, pedidos ou mesmo elogios, cujas imagens foram sempre fotografias dos espectáculos escolhidos, assinadas por Marco, reporter fotográfico do JN. Um trabalho simples, a ocupar pouco espaço, mas de grande impacto.