arquivo > maio de 2013

Comprador compulsivo de livros

A minha representação enquanto pai, num Dia do Pai

Descobri hoje que Richard Anthony Wolf, mais conhecido pelo nome de Dick Wolf, o celebrado argumentista de algumas das séries de televisão mais apreciadas em todo o Mundo, nasceu no dia 20 de Dezembro de 1946. É sagitário como eu que também nasci num dia 20 de Dezembro, embora sete anos mais tarde. Será um sinal de esperança para a minha tão desejada e sempre adiada carreira de escritor? Escritor escritor, não escritor fantasma. Vou ter de ler outra vez e com mais atenção o livro de Doc Comparato "Da Criação ao Guião", uma das biblias do guionismo, obra esgotadíssima que procurei em vão, há uns meses, por todas as livrarias do Porto acabando por descobri-la na minha própria casa, no rol dos livros que compro e abandono nas prateleiras mortas do silo a que chamo a minha biblioteca. Na verdade confesso que não será por ter nascido no mesmo dia de Dick Wolf, embora em ano diferente, que irei tornar-me um escritor escritor.

Na "refundação" da minha República

flor em Coimbra

No passado sábado, faz amanhã oito dias, teve lugar em Anadia, na casa de um querido companheiro da República do Ninho dos Matulões, o verdadeiro Congresso da Refundação da minha "República", um encontro de várias gerações de antigos estudantes que viveram no "Ninho" mobilizados para apadrinhar um grupo de jovens estudantes dispostos a "refundar" a casa, quase desactivada e sem a mínima ligação ao Conselho de Repúblicas, organismo constituido por representantes de todas estas casas de estudantes que enquadra, praticamente sem formalismos nem registos, as "repúblicas" coimbrãs. Esta "refundação", como lhe chamo no exercício de uma liberdada semelhante à liberdade literária, é um bom pretexto para revisitar o passado e para perceber como ele é, por vezes, tão ou mais incerto do que o futuro.

Um homem quando vai para velho

Reflexo de um canavial antigo

Neste dia inspirado num dos momentos da mais "decantada" exposição de Alberto Carneiro, a marcar a Primavera de 2013 no Museu de Serralves, desenhei mentalmente as linhas dos cursos dos rios dos mapas das minhas geografias. Caí na armadilha do artista que conheci em Coimbra, há 40 anos, quando ele instalou no Círculo de Artes Plásticas um "Canavial" como uma das etapas iniciais de um percurso que hoje reconheço ser, ao contrário do que a minha ignorãncia atrevida de então me indicava, o de um dos grandes artistas a consagrar-se no último quartel do século XX. Um homem quando vai para velho habitua-se a tudo. Até a sangrar, quanto mais a rever o seu próprio passado.