arquivo > agosto de 2013

Inesperadamente, em Viana do Castelo

A noite quando Viana do Castelo está em festa

Ontem, na noite do dia em que o escritor Urbano Tavares Rodrigues nos deixou (depois de dizer adeus à água fresca do mar e dos rios onde nadou, ao perfume das flores e das pessoas e à beleza das mulheres, na notável despedida do último livro, ainda não publicado, que escreveu), ontem, o Centro Cultural de Viana do Castelo, um notável espaço polivalente, com capacidade para mais de 2.500 pessoas, que o Arquitecto Souto Moura desenhou e soube colocar, discretamente, na margem direita do Lima, recebeu Rodrigo Leão e amigos num concerto memorável de revisitação às mais emblemáticas canções deste compositor musical português. Estranhamente, julgo ter visto, num grupo de estrangeiros que assistiu ao espectáculo, o jornalista norte-americano, meu velho conhecido e amigo,  que escolheu Lisboa para viver. Se veio realmente a Viana do Castelo e aproveitou o espectáculo de ontem tenho de reconhecer que está a fazer escolhas a meu ver excelentes mas muito pouco típicas de um norte-americano.

Memórias americanas do Parque Mayer

cartaz de uma revista à portuguesa / Parque Mayer

O meu amigo norte-americano que está de regresso a Portugal e a intalar-se em Lisboa, quase quarenta anos depois de aqui ter estado a desempenhar a sua profissão de jornalista à data para uma agência de notícias norte-americana com vocação global, redescobriu o Parque Mayer e registou o estado de degradação a que este espaço da cidade de Lisboa chegou. Envergonhado, sigo à boleia do que ele regista no seu espaço <lisboncorrespondent.com> que simpaticamente incluiu tradução para o Português.

As cidades visitam-se a pé

O Arco da Rua Augusta / aguarela

O meu amigo jornalista norte-americano que escolheu viver em Lisboa a sua reforma está a socorrer-se da sua memória jornalística para alimentar uma constante correspondência materializada no envio regular de postais que entretanto arquiva publicamente em <lisboncorrespondent.com>.  Hoje descobriu o que há muito, como jornalista, sabia - que as cidades visitam-se melhor quando percorridas a pé. Este é, aliás, um dos segredos da profissão. Só calcorreando uma cidade, como a de Lisboa, é possível encontrar uma aguarela como aquela que ilustra o postal que ele hoje enviou ao escritor Paul Auster

Meu amigo americano escolheu Lisboa

imagem do blogue lisboncorrespondent.com

Vi hoje que o blogue de postais lisboncorrespondent.com já está no ciberespaço há alguns dias. Sou amigo do jornalista americano que escolheu Lisboa para fixar residência agora que está retirado da profissão. Conheci-o, "nos copos", quando ele foi realmente correspondente em Lisboa, e ficamos amigos. Temos gostos gastronómicos (e não só) muito parecidos e fomos alimentando aquela amizade que a profissão em comum proporcionou. Para já não estou autorizado a revelar a identidade dele, mas posso dizer que foi (e seguramente é) um nome de referência neste meio. Saber que ele escolheu Lisboa para viver, quando poderia ter escolhido a cidade que quisesse, é, para mim, português, uma enorme satisfação.