Não lugares e outras angústias

Do alto da Via Catarina, no Porto / Foto JR

A primeira angústia que recordo, remete-me para a infância e para uma interrogação que frequentemente colocava - e se não houvesse nada? Anos mais tarde, como se não tivesse sido menino, viria a surpreender-me ao aceitar a existência de não lugares, perfeitamente localizáveis, mas autenticamente inexistentes - um aeroporto, o lugar por onde passa um comboio... Da primeira vez que estive no Rio de Janeiro não estive realmente lá, estive num não lugar, sem autorização para sair dentro de um avião que aterrou no Aeroporto do Galeão apenas para abastecer e em escala forçada para o Aeroporto de Guarulhos, em S. Paulo,  onde as aterragens estavam a ser retardadas face a chuvas intensas na região.