A roupa de marca que nos despe

Vermelho, negro e ouro em parede branca

Ocasionalmente, fiquei preso num texto sobre a roupa que o estilista Issey Miyake criou e cria sob a marca Pleats Please. Retive que é uma marca com preocupações de funcionalidade cujas peças, por exemplo, podem ser atiradas de qualquer maneira para uma pequena mala de viagem sem ficarem engelhadas, ou seja, sem perderem condições para serem usadas de imediato. Também retive que quem veste tal roupa pressente-a como uma leve e esvoaçante protecção que reinventa formas, despindo mais do que vestindo, numa ruptura quase total com todas as convenções que colamos ao vestuário. O segredo está - pressinto-o - muito mais no que se retira do que naquilo que, tantas vezes de forma gratuita, acrescentamos. Em tudo, não apenas na roupa de marca.